madrinha cristina

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07 de julho de 21

madrinha cristina

 

na verdade, já fechei meus olhos físicos há muitos anos, mas retorno para contar um pouco de minha história através das mãos da filha de minha afilhada, que nem mesmo cheguei a conhecer...

minha vida se passa nas décadas de vinte, trinta, quarenta e um pouco mais...

 

por conta de uma diabete muito descontrolada, perdi as duas pernas, minha visão e uma grande porcentagem da minha audição...

mas, como a maioria dos deficientes, tive forças interiores para ultrapassar o sofrimento e transmitir um pouco de alegria para os que me rodeavam...

 

meu esposo colocou uma barra suspensa acima do meu lugar no leito do casal, o que me possibilitava sentar quando desejava, e quando queria, tinha a cadeira de rodas para sair do quarto...

claro está que tínhamos uma boa condição econômica, caso contrário, naquela época não teria a possibilidade de ter funcionária na casa e muito menos uma cadeira de rodas...

ainda hoje temos deficientes que têem dificuldades financeiras para ter determinadas necessidades supridas.

 

eu era uma mulher alegre, cantava e crochetava grande parte do dia....

 

quando minha afilhada vinha me visitar, sempre tinha uma piadinha para contar e darmos risadas....

 

o que quero deixar aqui é uma mensagem de que como polideficiente (portadora de várias deficiências) nunca me comportei como uma vítima da vida, pelo contrário, vivi da melhor forma que consegui, valorizando o que pude fazer e o amor que as pessoas me dedicavam...

amor e paz